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03 Jul SENHORES DAS ONDAS

Com idades entre 60 e 90 anos, eles poderiam estar estacionados numa cadeira de balanço ou relembrando o passado na companhia dos netos. Mas só existe um lugar em que é mais provável encontrá-los: dentro da água. Fonte: http://fluir.terra.com.br/tubo-do-tempo/outras-noticias/senhores-das-ondas

Por Bruno Abbud:

O surfista Francisco Paulo Paioli acessa a internet para checar a previsão das ondas e o Facebook quase todos os dias. Quando o mar está bom, ele acorda cedo, dirige até São Vicente, no litoral de São Paulo, passa duas horas surfando e volta para trabalhar na capital. Chico, como é conhecido, surfa uma vez por semana – no mínimo. Em março deste ano, curtiu nove dias em Punta Hermosa, no Peru, onde dropou ondas de até 3 metros na companhia da galera. Paulistano criado na praia do Itararé, ele corre e nada 13 quilômetros por semana, faz flexões, abdominais, agachamentos. Pode não parecer, mas Chico tem 62 anos de idade. A sala de sua casa, no bairro de Moema, zona sul de São Paulo, é lotada de troféus com formatos de pranchas longboard, sua especialidade. Foram muitas conquistas desde que Chico começou a surfar, aos 14 anos. Em julho de 1967, com poucos anos de surf, ele estampou a capa do “Jornal da Tarde” sob a manchete “O campeonato dos homens que sabem andar sobre as ondas” e uma foto em que aparece surfando na praia de Pitangueiras, no Guarujá. Num fim de tarde de setembro, 46 anos depois, Chico está sentado numa poltrona, os cabelos grisalhos, usa camisa polo listrada, bermuda jeans e sapatos de couro sem meia enquanto comenta: “A vida passa rápido. Você viu a foto de 67? Parece que foi ontem, brother!”.

Chico ensina como ser um surfista depois dos 60 – e isso nada tem a ver com falar gírias: “O primeiro requisito é nadar, e nadar bem, com uma boa mecânica de respiração e percurso planejado. Trabalhar braços e abdômen, escolher uma escola bem assessorada nos três primeiros meses e começar com longboard. Já vi um cara aprender a surfar aos 48 anos”. Enquanto fala, seu irmão José Carlos Paioli, o Zé Paioli, 64, entra na sala. Zé também pega onda toda semana em Juquehy, perto de onde tem uma casa, mas o trabalho de engenheiro não o deixa cuidar do preparo físico como deveria. “A idade limita a performance da gente, eu falo para ele: ‘Zé, a remada tá fraca, você tem que nadar mais’”, conta Chico, que passou mais de 20 anos trabalhando numa escola de natação em Moema. Zé também esteve no Peru este ano e, segundo o irmão mais novo, é o surfista mais fissurado da família. “Eu vou surfar todo fim de semana”, diz Zé. “Se sair inscrição para campeonato, a gente vai”, afirma Chico. Os irmãos Paioli representam uma nação de cabelos brancos que, quase nove décadas depois da chegada do surf no Brasil, começa a marcar presença nas ondas do país e do mundo – sem que isso pareça anormal. 

“Eu sou você amanhã” 

Não é difícil encontrar gente de 60 a 80 anos surfando regularmente. Alguns decidiram aprender a surfar depois de velhos, outros dominam a arte de deslizar sobre as ondas desde a juventude. Como os Paioli, o paraense Rossini Maranhão, o “Maraca”, aprendeu a subir na prancha cedo. Aos 13, já se equilibrava nas madeirites em Copacabana, no Rio de Janeiro. Aos 63, Maraca é um dos mais lendários surfistas brasileiros, um big rider que já surfou as mais emblemáticas ondas do planeta, passando por Peru, África, Califórnia e Hawaii. Atualmente, mora em Saquarema com seu cachorro e pega onda sempre que o mar sobe, embora esteja em recuperação depois de uma cirurgia no intestino. Ele também dá sua receita de sucesso: “Se souber nadar e conseguir manter a boca fechada, basta fazer a matrícula numa escola de surf, numa praia bem rasa, e remar nos longboards. O professor empurra a prancha se você não conseguir remar. Surfar vale a pena até deitado na prancha”, diz.

Maraca interpretou o papel de um surfista na novela “Top Model”, da TV Globo, participou da produção do primeiro filme de surf brasileiro, o “Nas Ondas do Surf”, e já enfrentou um mar de 26 pés em Sunset Beach, no Hawaii, na companhia de Eddie Aikau, o mítico surfista havaiano morto em 1978. Embora só o último fato já o coloque no alto do pódio da história do surf, quando entra no mar, Maraca é mais um entre os desconhecidos. Como qualquer sexagenário, precisa enfrentar os olhares muitas vezes desdenhosos dos mais jovens, sempre na disputa pelas melhores ondas. Na primeira impressão, os cabelos brancos parecem inofensivos. Só parecem. “Temos que nos adaptar, porque estamos com cada vez mais surfistas, especialmente os mais jovens, que remam mais e ficam bem embaixo do pico. Aqui em Saquarema, o respeito é para quem está mais bem colocado.” Saber posicionar-se é uma habilidade que vem com o tempo. “Você mostra, quando dropa uma onda, que não é bobo”, diz Chico Paioli. “Uma das diferenças entre nós e os mais jovens é o bom posicionamento, que você adquire com a experiência. Se você está mais bem posicionado, todos têm que respeitar.” Foi assim que, certa vez, Chico deixou furioso um rapaz de 20 e poucos anos na praia da Ribanceira, em Santa Catarina. “Dei a volta no rapaz, peguei a onda lá fora e passei por ele, que era local e ficou bravo porque me posicionei melhor: ‘Você vai apanhar como nunca, cabelo branco!’, gritou pra mim”, conta Chico. Mais tarde, os dois se entenderam. 

A exemplo dos Paioli e de Maraca, muitos surfistas moldados na adolescência continuam frequentando as ondas durante a velhice. Entre os mais ilustres, estão John Severson, 79, fundador da revista californiana “Surfer”, Gerry Lopez, 64, o Mr. Pipeline, uma das maiores lendas vivas do Hawaii, Pat Curren, 81, ex-big rider e pai do mestre do estilo Tom Curren, e Walter Hoffman, 81, avô dos irmãos havaianos Christian e Nathan Fletcher. É comum encontrar essa turma dentro da água. Assim como é provável avistar o californiano Robert Hooten, 61, dropando altas ondas nas ilhas Mentawai, na Indonésia. Hooten não é famoso, mas sua história, por si só, daria um livro.

O talento e o estilo de vida adotado por Chico o levaram inclusive a ser escolhido para estrelar um comercial na televisão. Os agentes de recrutamento de uma agência de publicidade paulista não pensaram duas vezes antes de convidá-lo para contar sua história, em que aparece surfando, para a campanha de um grande grupo de laboratórios. Era o personagem ideal. “Ligaram e disseram: você está aprovado, vamos gravar!”, conta ele, apresentado como um modelo de pessoa saudável.

Criado em Santa Monica, Hooten aprendeu a surfar aos 9 anos. Entre 1987 e 1993, velejou de San Diego até o México e, na sequência, decidiu cruzar o Pacífico até a Polinésia Francesa. “Passei um bom tempo da minha vida surfando sozinho em Tuamotu, nunca vi outro surfista por lá”, conta, em entrevista a FLUIR. Depois, seguiu seu caminho até a Austrália, onde aguardaria a temporada de furacões para surfar ondas realmente grandes, mas não sem antes passar pelos arquipélagos de Tonga, Fiji e Nova Caledônia. Após cinco meses na Austrália, cruzou o oceano de volta ao Hawaii, onde ancorou por dois anos. Em 2006, apaixonou-se pela Indonésia. Literalmente: Hooten vendeu sua casa na Califórnia, doou o cachorro e arranjou uma namorada javanesa. Hoje, gasta algumas centenas de dólares para alugar mensalmente um quarto no Kandui Villas, um luxuoso resort nas Mentawai. “Eu me tornei um visitante em tempo integral. Agora, só espero por dias de ondas perfeitas”, diz Hooten, que mês passado abriu dois cortes na cabeça depois de ser arremessado por uma onda na bancada de corais. “A pessoa que surfa aos 75 anos e faz isso desde os 15, por exemplo, provavelmente está mais habilitada do que um jovem, mas tem que evitar riscos maiores e tem que fazer exames clínicos periódicos para saber se não está perdendo a habilidade que já tinha”, avisa Wilson Jacob, coordenador do Núcleo de Geriatria do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Não é o caso de Hooten, garante o carioca radicado em Garopaba Darcy Guimarães, que o encontrou este ano na Indonésia: “Ele é muito casca-grossa”, diz Darcy.

Realmente: Hooten tem um passado que assegura que, aos 61 anos, ele se saia bem em ondas de peso. No verão de 1964, trabalhando num barco pesqueiro, ele e os amigos pararam para mergulhar atrás de lagostas gigantes em Cortes Bank, a inóspita bancada a 160 quilômetros de San Diego, na Califórnia, que produz uma das mais temidas ondas do mundo. Com longboards 9’6” e sem cordinha, Hooten e os colegas pescadores podem ter sido os primeiros a surfar o pico. Para ele, aqueles tempos são nostálgicos. “A maioria dos surfistas mais velhos começou a surfar em épocas menos lotadas. Era um surf de alma, uma comunhão com o oceano. Hoje as ondas estão cheias de gente e a vibração é outra”, diz. “O processo natural de envelhecimento faz seu corpo se desgastar, não importa o quão em forma você esteja. Assim, é um pouco difícil conseguir o respeito dentro da água. Os mais jovens simplesmente consideram que você, por ser velho, não pode surfar bem. Para mim, levam poucos minutos e algumas ondas para provar isso a eles”, completa Hooten, que deixa um conselho à rapaziada: “Quando vir um ‘cara velho’ no line-up, lembre-se de que um dia será você”. 

O carioca Affonso Freitas aprendeu a surfar aos 38 anos de idade. Hoje, aos 82, ele poderia estar balançando numa cadeira, ancorado numa poltrona ou escondido numa casa de repouso. Mas o lugar onde é mais provável encontrá-lo é um só – o mar. “Minha maior conquista, além da minha própria saúde e controle emocional adquiridos graças ao surf, foi ter atraído com o meu exemplo e dedicação centenas de pessoas acima dos 40 que hoje descobriram as maravilhas de deslizar sobre as ondas”, diz Affonso, que foi incentivado pelo filho, o longboarder profissional Marcelo Freitas. Affonso conduz um surf center no Recreio, Rio de Janeiro, e quase diariamente rema nas águas da praia da Macumba. “Minhas primeiras experiências foram no Arpoador, em 1968. Passava horas admirando os garotos fazendo manobras encantadoras sobre as pranchas. Eu tinha 38 anos. Foi um ato de coragem comprar uma prancha e me integrar à garotada”, conta.

Em 2004, Affonso escreveu o livro “Saúde em Suas Mãos”, que narra sua trajetória de vida saudável e expõe alguns capítulos de sua história, como o dia em que decidiu largar a carreira de empresário de uma loja de móveis para se dedicar ao surf. “Trabalhava muito naquela época e não tinha saúde. O surf me tirou do buraco emocional em que vivia. O que digo todos os dias é que o surf é mágico. Meu exemplo é que há mais de 30 anos não faço consultas médicas por causa de doenças. Aos 70, fiz um check-up e o médico me deu mais dez anos de vida. Já estou no lucro, não? E surfando. Ainda hoje peguei umas ondas na Macumba, bem lá no outside.”

O pernambucano Ray Farias também recebeu o incentivo dos filhos para mudar de vida. Aos 42 anos, largou a rotina de comerciante em Recife e se mudou para a praia de Maracaípe. “Trabalhei minha vida toda, por 23 anos. Quando aprendi a surfar, larguei a agitação da cidade. As pessoas mais velhas que querem aprender a surfar têm que fazer como eu. Nunca é tarde para aprender, porque o surf renova tudo: mente, alma e corpo. Corra! Largue tudo e venha surfar. É a melhor coisa do mundo”, Ray recomenda. Aos 57, o pernambucano que hoje compete na categoria Longboard de campeonatos regionais completou este ano a maior façanha da carreira: conquistou 100 troféus. “No início, levava vários caldos, mas consegui, completei 100 troféus na terceira etapa do Brasileiro de Longboard na praia do Cupe. Não foi fácil porque competi com pessoas bem mais jovens, mas hoje essa marca serve de exemplo para muita gente que só pensa em trabalho e dinheiro”, diz Ray.

É impossível falar de surfistas da terceira idade sem contar a história de Dorian Paskowitz, um médico californiano que, em 1956, fez como Affonso e Ray: abandonou a ansiedade e a frustração da vida profissional que levava. Depois, comprou uma van e a preencheu com a esposa e os nove filhos numa viagem eterna rumo às ondas do Pacífico. A trajetória de Doc Paskowitz, como ficou conhecido, foi registrada no documentário “Surfwise”, de 2007. Hoje, ele vive com a família – o que inclui um batalhão de netos – na Califórnia, onde montou um surf camp. Aos 93 anos, Doc surfou pela última vez em julho do ano passado. “Algumas semanas atrás, ele deslizou com a própria barriga sobre as ondas de Waikiki”, conta Navah Paskowitz, uma de suas filhas. Doc talvez tenha se tornado o mais velho surfista do mundo – batendo o recorde do havaiano Woody Brown, um dos pioneiros do surf de ondas grandes no Hawaii, que surfou até os 90 anos e faleceu seis anos depois.

Atualmente, Doc está internado em um hospital. O motivo? “Bem, ele tem 93 anos”, diz Navah. Mesmo assim, arranjou tempo para conceder uma entrevista exclusiva à FLUIR. Diz Doc: “O surf, para mim, é mais do que uma religião, é a minha conexão pessoal com o mundo em que vivo, uma conexão com a lei universal, o cosmo, me sinto do mesmo jeito que qualquer animal age perante a natureza. O surf pode mudar vidas melhorando a condição física, o bem-estar e a saúde. O surf pode mudar vidas colocando o surfista em contato com a mãe natureza a um nível profundamente pessoal. Qualquer pessoa que consiga ler um livro, subir uma ladeira e nadar pode aprender a surfar em qualquer idade. Aliás, conheci uma mulher da Inglaterra que aprendeu a surfar aos 72 anos. Ela passou a surfar as ondas grandes do North Shore de Oahu com seu mentor George Downing. Acredite, qualquer pessoa pode e deve aprender a surfar”. George Downing foi um surfista de ondas grandes nos anos 50 e 60, e um dos diretores do Quiksilver in Memory of Eddie Aikau, um dos mais tradicionais campeonatos do Hawaii. Nos últimos anos, Doc Paskowitz circulou entre os melhores surfistas do mundo, surfou com Kelly Slater e Rob Machado e apareceu em filmes e jornais pregando os benefícios de uma dieta rígida. Doc é uma lenda viva, e, se depender da vida que leva, não será surpresa se em breve estiver de volta às ondas.

Velhos, jovens, aprendizes ou veteranos, não importa. Uma coisa é inegável: surfistas costumam ter a saúde preservada. “O surf manteve minha mente e meu corpo jovens, me deu razão para acordar todos os dias, animado para checar as ondas, me deu não só o incentivo, mas os meios para manter a forma”, afirma o californiano Robert Hooten, 61. Ele está no lugar certo para isso. “Eu vivo em Mentawai, então estou na água quase todos os dias. Nada é melhor para a remada do que o ato de surfar. Também treino em uma bicicleta ergométrica e tento me manter longe de alimentos processados e açúcar.”

Os cuidados com a saúde também são preciosos para os iniciantes. Aos 61 anos, Teresa Cristina aprendeu a surfar recentemente nas praias de Cambury e Baleia, em São Paulo. Numa viagem ao Hawaii no ano passado, ela se surpreendeu com as ondas fáceis de Waikiki. “São três ou quatro braçadas e você está na onda. Depois do surf, meu condicionamento físico melhorou muito”, diz ela, que, além de surfar todo fim de semana, também pratica pilates. “Se soubesse, teria começado antes.”

O surf também teve impacto direto na saúde do paraense Maraca, 63. “Minha saúde ficou espetacular, tirando algumas mazelas, como pintas na pele por causa do sol e uma sinusite crônica, às vezes saíam ‘2 litros’ de água do nariz depois de um dia de ondas grandes”, diz. “Sempre dei valor a uma noite bem-dormida. Atualmente caminho para manter a parte aeróbica, surfo sempre que o mar está bom e tento me alimentar com muito peixe, frutas, legumes, sucos e folhas.”

O carioca Affonso Freitas, 82, fornece sua receita para uma saúde impecável. “Meu grande segredo é nunca ficar parado. É preciso manter a atividade física, pedalando, caminhando, descendo cachoeiras. Se o mar estiver bom, paro tudo e vou surfar. Não bebo nem fumo. Minha alimentação é variada, mas evito gorduras em excesso, sal e apimentados. Durmo cedo e acordo cedo. Sexo uma vez por semana, bem prolongado”, diz. “O surf para mim é uma necessidade básica. Nos dias em que me sinto mal, nervoso, desgastado pelos problemas da vida, vou para o mar. Lá encontro o médico e o remédio.”

Mas nem tudo é um mar de rosas. Embora possam ser amenizadas, as barreiras do envelhecimento são inevitáveis. “Quando aprendi a surfar tinha 42 anos, era bem mais fácil. Agora, com 57, muda um pouco na parte física, mas, na mente, sinto como se tivesse 15”, diz o pernambucano Ray Farias. Maraca concorda. “A remada é a parte que sofre o maior impacto. Também tem um pouco da falta de visão. Como uso óculos, fica um pouco complicado, mas depois de entrar na onda fica mais fácil”, diz o lendário surfista de Saquarema. Segundo o paulista Chico Paioli, para alguns surfistas da terceira idade, o problema é a ausência de ousadia, mais comum na juventude. “Você acaba não sendo tão destemido, a gente fica mais medroso, menos atirado”, diz ele.

O cuidado é necessário, diz o médico Wilson Jacob. “As pessoas com mais de 60 anos que surfam devem manter a atividade com os níveis de segurança garantidos. Evitar, por exemplo, uma onda de 5 metros ou um tubo muito forte”, recomenda. “O surf não é como tai chi chuan ou caminhada. É um esporte de impacto que tem riscos adicionais, como a queda da prancha e o afogamento.” Segundo Jacob, os idosos que desejam aprender a surfar precisam, antes de tudo, consultar um médico. “O paciente que quer aprender a surfar deve ir ao médico e pedir alguns exames, fazer primeiramente um teste de equilíbrio em plataforma, para saber se tem boa reação sobre uma prancha e avaliar o risco. É um teste em que o paciente fica em pé sobre uma plataforma que oscila. Com idosos, o risco aumenta. É preciso testá-los para o estresse a que serão submetidos no mar”, diz Jacob.

O médico e surfista Marcelo Baboghluian, diretor clínico do Instituto de Medicina Esportiva Marazul, atende surfistas mais velhos com frequência. Diz Marcelo: “Não basta a ausência de doenças, é preciso melhorar a saúde com consultas regulares. Muitos de nossos clientes são surfistas que continuam na ativa mesmo depois dos 50 anos, com grandes performances, e isso se deve ao fato de nunca terem abandonado um estilo de vida saudável, com treinos regulares, alimentação equilibrada e boa qualidade do sono, além das visitas ao médico”.

Quem deseja aprender a surfar depois dos 60, contudo, precisa saber os riscos que corre, avisa Jacob. “É perigoso afirmar que o surf pode trazer benefícios ou malefícios a um idoso. Não há estudos sobre isso. O praticante pode se sentir bem, mas também pode ter uma fratura. Aprender a surfar depois dos 60 traz mais riscos do que vantagens, como um todo. Isso vale para um adulto. É mais difícil aprender a andar de bicicleta aos 30 do que aos 3, por exemplo. Há mais riscos quando se está numa fase avançada da vida.”

Mas como diz o ditado, quem não arrisca, não petisca. Maraca, por exemplo, arriscou. “Continuo sentindo o maior prazer quando surfo, a vibração do mar, sua energia quântica, dropando geral nas rampas de água azul-turquesa, surfando na maior velocidade possível, com o cheiro tropical das praias, sentado na areia branca.” O californiano Robert Hooten compartilha a sensação. “O surf é minha vida, não estou brincando, se eu não pudesse mais surfar, realmente não sei o que faria... É mais que uma paixão, é o centro da minha existência.” Para Affonso Freitas, surfar é, antes de tudo, um exercício psicológico. “Na minha idade e na de outros quarentões e sessentões, buscamos no surf a manutenção do estado de espírito, a satisfação da vitória sobre os desafios que o mar nos impõe. Na idade em que estou o surf é uma prova de vida, a garantia de que posso, que ainda posso e ainda poderei.” Como se pode ver, alguns garotos simplesmente escolheram não crescer.

Dicas para surfistas com mais de 60 anos

» Buscar uma alimentação equilibrada, sem exageros, comer com moderação todos os tipos de alimentos diariamente, a cada três horas, sem se sentir estufado.
» Um programa de atividade física que te mantenha ativo cinco vezes por semana. Não importa o que você faça, o importante é manter-se ativo e tentar equilibrar a musculatura.
» Dormir 8 horas por dia, ininterruptas.
» Exames periódicos. Exames de sangue, testes de esforço, ecocardiogramas, ultrassonografias e uma rotina básica de exames realizados anualmente.

Fonte: http://fluir.terra.com.br/tubo-do-tempo/outras-noticias/senhores-das-ondas

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